quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ser mãe de uma criança deficiente

Infelizmente identifiquei me neste texto. Passei já por várias situações descritas nele, mas tenho consciência que por muitas mais passarei, e terei que ser forte e passar por cima delas... como o meu pai diz... "filha não deixes nunca que alguém pise a flor que mais amas!!!!!"

TESTEMUNHO DE UMA MÃE... 
QUE PODERIA TER SIDO ESCRITO POR MUITAS MÃES.

"Ser mãe, é ter de proteger os filhos da maldade, do gozo perverso e vil até dos colegas de escola que são incitados por pais que nunca souberam o que é viver em sociedade; até de professores que nunca mereceram esse nome - que devia ser uma honra e uma carreira merecedora de especial louvor na sociedade - e são, por vezes, tão ignorantes que complicam o que é fácil e cerceiam o desenvolver dos nossos filhos;

Ser mãe, é ser gorda, esquelética, desgrenhada, desdentada, de saúde arrombada e descanso e convívio inexistentes, pois tem-se que o ser sempre… e não há tempo para cuidar da saúde, e muito menos da aparência; […e os pais, poucos sabem o que é ser pai, o que é ser responsável pelos filhos – há os que debandam por cobardia, e os que debandam por divórcio (acaba a magia, ou acaba a coragem), pois há desgaste acrescido, e… quase sempre esquecem que “o problema” (é triste, mas só o veem assim) é de ambos, o filho é de ambos…; bem-hajam os que são homens, integrais, humanos, responsáveis];

Ser mãe, é ser agredida em reuniões de pais; é ser violentada em guichets, em salas de espera… - porque é violento, desumano, que se ache que prioridade, horário reduzido ou adaptado, subsídios de apoio são “privilégios”… e somos agredidas, violentadas, em mil e mais um dos lugares a que vamos… e ninguém, para além de não ajudar a segurar a porta, que seja, entende que estamos exaustas por ser tudo e algo mais para esse filho que precisa… que essa coisa chamada “estado”, e que devíamos ser todos nós, uma sociedade saudável e feliz, não dá os apoios necessários – nem há a “auxiliar” para a sala de aula, nem há consultas eficazes que não façam perder um dia inteiro para que o nosso filho seja visto 4 minutos por um médico que apenas… que não faz nada que justifique, na maior parte das vezes, o sofrimento que é ir, num corrupio de transportes públicos, com tudo o necessário às costas, à consulta…; et cetera…

Ser mãe, é ver o nosso filho crescer num quarto de vidro pequeno para o seu corpo e mente, e definhar quando chega às paredes…

Partam essas paredes, por favor…

Eles não sabem, nem sonham, quantas almas lindas e ideias gloriosas se escondem por detrás dessa “deficiência”…"

Omitimos a identidade a pedido da autora deste testemunho.



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